terça-feira, 13 de setembro de 2011

Ditadura da beleza

Nós, como profissionais da saúde, não poderíamos deixar de nos manifestar, quanto às notícias freqüentes sobre as questões dos excessivos “retoques cirúrgicos” realizados pelas atuais candidatas à miss. É nossa obrigação, tentar alertar e tentar entender o que está por trás dessa escravidão da beleza. Talvez um dos grandes desafios de nossos tempos seja o de compreender qual é o lugar do corpo para o sujeito e para a sociedade.


nca a beleza foi tão imperativa quanto é hoje. Por um longo período da nossa história, as mulheres gordinhas é que eram consideradas atraentes. Ser rechonchuda era sinônimo de boa alimentação e consequentemente de riqueza. Hoje, tais corpos robustos perdem o lugar para o novo padrão de beleza, que apresenta um corpo marcado pela cintura fina, as pernas esguias e o corpo quase esquálido.



Cada vez mais as pessoas procuram remédios emagrecedores, cremes que prometem eliminar a celulite, tratamentos estéticos e cirurgias plásticas. O objetivo é ser lindo, magro e perfeito. Esta busca pela perfeição pode tornar-se uma obsessão, podendo levar a distorções da imagem corporal, gerando transtornos psíquicos, físicos, sociais e alimentares.



Quando é que vamos nos rebelar contra esse culto à imagem que descreve um perfil de beleza e exige que todos nos enquadremos nele? Uma beleza que nos faz perder quilos, perder saúde e muitas vezes perder a vida.



Será que vamos deixar roubarem-nos o direito de ter cabelos crespos ou cacheados? Será que vamos permitir que nos arranquem o prazer de comer um prato de arroz e feijão?



Ao invés de vendermos nossa imagem, por que não vendermos nossa essência? Não podemos permitir que nos escravizem. A nossa beleza precisa estar justamente na nossa diferença, naquilo que nos torna único.



Escrito por Ana Carolina Bragança- Nutricionista e Ieda Zamel Dorfman-Psicóloga

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