segunda-feira, 6 de abril de 2009

Alimentação Infantil


Prometi à minha amiga dentista Helena Sampaio que escreveria sobre alimentação infantil, dando uma ênfase no inscentivo à mastigação. Escreverei mais adiante, pois não posso iniciar esse assunto sem antes abordar a extrema importância da amamentação exclusiva até os 6 meses.
Olhem que bonitinho esse vídeo!!


Desmame precoce está relacionado com alergias alimentares

A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza o aleitamento materno exclusivo por pelo menos seis meses e complementar até que a criança complete dois anos. O tempo de oferta do leite materno exclusivo parece ter uma estreita relação com o desenvolvimento de alergias, já que nele estão presentes microorganismos e fatores imunitários envolvidos tanto no estímulo ao desenvolvimento da microbiota intestinal quanto no desenvolvimento da própria mucosa intestinal da criança, sendo, portanto, importante fator protetor contra o desenvolvimento destas atopias.
As alergias alimentares, que são dependentes de mecanismos imunitários, são caracterizadas por reação adversa aos alimentos, os quais tem seu potencial alergênico determinado pelo seu peso molecular, resistência ao calor e por enzimas proteolíticas.
Os principais alimentos causadores das alergias são: leite de vaca (β-lactoglobulina e α-lactoalbumina), ovo (ovoalbumina),  peixe (parvalbuminas), frutos do mar (tropomiosinas),  trigo (gliadinas) e amendoim (albuminas). Quando há uma exposição precoce desses alimentos, suas frações proteicas antigênicas serão mais absorvidas devido à imaturidade da mucosa intestinal da criança, principalmente por aquelas que não desfrutaram do aleitamento materno, conforme recomendação da OMS. A maturidade da mucosa intestinal geralmente é atingida por volta dos quatro anos de idade.
Os sintomas das alergias decorrem de diversos fatores, entre eles a localização do órgão ou o tipo de disseminação da proteína alergênica (sistêmica ou local). Estes sintomas podem afetar desde órgãos do trato gastrintestinal (diarréia, distensão abdominal) até órgãos do sistema respiratório (rinite, asma), pele (urticária) e sistema cardiovascular (choque anafilático), sendo que as reações de caráter anafilático são as que envolvem todos estes sistemas ou o agrupamento de alguns deles, podendo ter consequências fatais. Além disso, a alergia alimentar costuma se associar ao déficit de estatura/peso, já que a absorção adequada de alguns nutrientes torna-se impossibilitada, dificultando assim o crescimento e o ganho de peso adequados.
Por estes motivos, recomenda-se que a introdução da alimentação complementar seja feita após o sexto mês de vida. São recomendações da Academia Americana de Pediatria a introdução de leite de vaca, ovo, peixe e amendoim após o 1º, 2º e 3º anos, respectivamente. Vale ressaltar que é necessário considerar questões como regionalidade,  disponibilidade dos alimentos e  orientação feita durante o desmame ao se determinar o período de introdução destes alimentos e, caso seja constatada a alergia alimentar, o único tratamento eficaz é a retirada do alimento alergênico.
Fonte: Siga sua dieta

Cuidados com os dentes

O que o nutricionista tem a ver com cuidados com os dentes?

É que um dos principais motivos pelo qual tem aumentado o número de crianças e adolescentes com dentes tortos procurando o ortodentista é o fato da criança não estar se alimentando como deveria.


Quando mastigamos, vários músculos da face e até do pescoço entram em atividade. Os dentes e os maxilares superiores e inferiores (mandíbula) tem a função de cortar, triturar e dilacerar os alimentos que devem chegar ao estômago bem quebradinhos! Mas, infelizmente, a alimentação atual não vem permitindo este exercício.


Antigamente as crianças comiam frutas, verduras cruas, cereais integrais e grãos, alimentos mais duros, que necessitavam de uma boa mastigação. Assim, elas exercitavam a mandíbula e o crescimento dos músculos da face e dentes era perfeito.


Depois que a indústria alimentícia passou a colocar na nossa mesa somente alimentos refinados, apareceram os problemas. As crianças trocaram os alimentos integrais ricos em fibras e, portanto mais duros, por arroz branco, pão branco, alimentos bem cozidos e macios e esquecendo das saladas cruas, dos grãos inteiros (aveia, trigo, soja, por exemplo).


As mamães descascam os legumes, as frutas e jogam fora as cascas ricas em fibras. Em seguida trocando a fruta de sobremesa por um pudim ou gelatina que não precisam ser mastigados.




A crianças dizem que não gostam de carne, mas come hambúrguer! Na verdade, elas não gostam é de mastigar.


O pior veio com o uso do liquidificador: tudo batido, principalmente para o bebê “que não sabe mastigar”. O bebê não sabe mastigar, mas precisa aprender! E fazendo purê ou sopa estaremos dificultando esse aprendizado. O bebê precisa desenvolver seus músculos da face. As papinhas devem ser amassadas e não batidas.


As crianças deveriam comer uma fruta de lanche no lugar do pão massinha com geléia, trocar a batata frita por um legume cozido e o leite com chocolate por um iogurte com cereais integrais, por exemplo. Assim, estamos incentivando a mastigação, evitando as cáries (açúcar), além de cultivar hábitos saudáveis para vida toda.


Alimentos que incentivam a mastigação:

  • frutas com casca
  • verduras cruas (repolho, cenoura ralada, tomate, alface, alface americana etc)
  • cereais integrais (arroz integral, aveia, granola etc)
  • grãos (feijão, grão de bico, ervilha, lentilha)
  • carnes
  • pães integrais