segunda-feira, 13 de abril de 2009

Nutrigenôma: A dieta de acordo com o seu perfil genético


Imagine ter um menu feito só para você, composto por alimentos que atenderão especificamente às necessidades de seu organismo e de mais ninguém, de acordo com seu perfil genético, que, de quebra, reduzirão bastante sua chance de engordar. Enfim, a dieta ideal. Pode parecer um sonho, mas felizmente não é. Em breve estarão disponíveis regimes de alimentação elaborados sob medida, formulados a partir do perfil genético de cada pessoa. Isso será possível a partir dos conhecimentos gerados por duas recentes linhas de pesquisa da nutrição, a nutrigenômica e a nutrigenética. Ambas têm como objetivo estudar a interação entre os alimentos e os genes humanos. Mas fazem isso por ângulos diferentes. A primeira investiga como os nutrientes influenciam o funcionamento dos genes. A segunda estuda como esses mesmos genes podem afetar a forma pela qual o corpo aproveita a comida. O fato é que, combinadas, as respostas permitirão dizer quais os componentes que efetivamente fazem bem, por que e para quem eles funcionam.As investigações dessas áreas estão entre o que há de mais avançado na ciência da nutrição. Tanto é que têm se tornado tema de aulas e simpósios no mundo todo. Na próxima semana, por exemplo, serão assunto de destaque durante o 3o Congresso Brasileiro de Nutrição Esportiva Funcional, que acontecerá em São Paulo. "Tenho certeza de que os estudos irão revolucionar a maneira como encaramos a nutrição e o modo como escolhemos os alimentos", disse à ISTOÉ José Ordovas, da Tufts University, nos Estados Unidos, um dos pioneiros nesse tipo de pesquisa.O desenvolvimento da nutrigenética e da nutrigenômica tomou fôlego a partir de 2001 com a divulgação dos primeiros resultados do projeto Genoma, que mapeou o DNA humano. Finalmente os cientistas tinham à disposição um vasto material sobre o conteúdo genético e sua associação com doenças, entre outros aspectos. Para a nutrição, faltava descobrir boa parte das razões dos benefícios proporcionados pelos alimentos, cujos efeitos eram observados clinicamente, mas ainda sem maiores explicações fisiológicas. A investigação sobre o papel que os genes poderiam exercer sobre os nutrientes - e vice-versa - pareceu um dos melhores caminhos para fornecer respostas. Os cientistas acertaram em cheio. Apesar do pouco tempo de vida, as duas linhas de estudo já apresentaram informações que estão ajudando a revelar os intricados mecanismos dessa relação.

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